30 março, 2006

Oficial de Justiça?!

Ele dirigindo um Land-Rover modelo 1980 e alguma coisa, barbudo, de óculos estilo anos 70, sandália de couro nos pés, lenço branco na cabeça cobnrindo os grisalhos cabelos e uma camisa igualmente branca. Pode-se imaginar que seja um hippie perdido na estranha numeração da rua. Mas não.É um oficial de justiça bate à minha porta as 16:00 de uma quinta-feira e me interrompe de minhas futilidades na internet. Nada do que se imagina como um agente à serviço da lei. Foi , no mínimo, engraçado eu perguntar 'o que o senhor deseja' e ouvir de resposta ele se apresentando como um oficial e com papéis parecendo importantes em suas mãos. Acho que as coisas andam tão malucas e melhores que não há mais aquela formalidade fria de um terno escuro em um sol de Londrina.

(só pra constar, não é nada de sério que o oficial veio tratar, meras formalidades envolvendo alguma coisa relacionada a meu pai.)
Mas que foi um tanto quanto bizarro isso foi!

27 março, 2006

Fuck You

Só quero xingar você. Mas você não vai ligar, você vai entender. Você sempre entende. Vai se fuder, você e seu comportamento de boa pessoa, de pessoa compreensiva e que assume todas as culpas.
Nunca tentou me questionar, sempre aceitando o que eu dizia. E não tentava me fazer ver de outro jeito. E eu torcia pra que a cada 'discussão' com você, você simplesmente resolvesse tomar uma atitude e dizer: "peraí, não é bem assim..." Mas não, você sempre na sua passividade dizendo que me entendia, que eu tinha razão.
Na verdade, a revolta não é nem com você, é para as pessoas (falsas) que me rodeiam, talvez seja para aquelas pessoas que me arrancam um sorriso forçado, só porque tem que ser assim, porque alguém disse que tem que ser assim. E se eu não quero conviver com você? E se eu simplesmente quero que você suma da minha vida, você vai me ouvir?
Sei que não, essas coisas ninguém diz, ninguém ouve.
E quando dizem, só pioram as situações.
Já não sei mais do que(m) eu estou falando.
Sempre é assim, tudo se junta como uma bola de neve e eu não consigo mais separar as coisas. O que antes me fazia bem, de repente começa a me fazer mal. O que me fazia mal, começa a me agradar.

03 março, 2006

O Gosto Salgado

Hoje não pude fugir, o gosto salgado que veio a minha boca, esse gosto que já havia sido jogado em algum canto da minha memória. Lágrimas contidas por muito tempo que caíram sem uma explicação lógica. Lembrança vem à tona e agora o que me recordo são só as partes boas. Mudanaças de comportamento, visões diferentes. Não o quero de volta, você não me faz bem do jeito desejado, eu não faço bem a você. Sei lá, coisas que eu presumi. Nunca tive a chance de te olhar nos olhos e dizer: TE AMO! Agora me arrependo, não via a oportunidade certa pra dizer isso. Mas quem disse que tem um momento certo?
TE AMO, com todas as letras. Escrevo isso pra mim mesma... Já que acabou o que nem tinha começado direito. Cehga. Não há nada que eu possa fazer agora. Aprendo alguma coisa com isso (será?!). Assim espero. E eu continuo a viver minha vidinha que está sempre deixando a desejar, mas que áinda vai melhora e muito!

02 março, 2006

Vinhos e Jazz

Estou eu em um cabaré, sentindo a música fluir em meus ouvidos, pensando no que fazer da vida, tomando um vinho barato, fumando um marlboro lights. Acompanhada de amigos na mesma situação, muitos feitos ali na hora, sem pretensão de que aconteça algo de muito interessante.
A vida é feita de incertezas e ali, mais do que nunca, a incerteza paira no ar. Será que o garçom se lembrará de me trazer mais uma garrafa daquele vinho que eu lhe pedi? E a batata frita, onde está? Hum, se eu for ao banheiro agora, haverá fila? Não, nunca há filas neste lugar, sempre tão vazio, tão solitário, mas, ao mesmo tempo tão aconchegador.
O cara que está tocando o blues, tão triste, parece não se importar com a insignificante platéia que não se manifesta a cada pausa para uma nova música, ele toca como se estivesse sozinho, ali tão confiante do que faz, mas sem sequer olhar para o público, que, aliás, é um público fiel. Não demonstram gostar, nem desgostar, mas estão sempre ali a mercê daquela música que toca no fundo da alma.
Há o barman, sempre procurando o que fazer e ouvindo conversas atravessadas de alguém que por engano adentra ao local achando ser um simples bar onde poderá encher a cara. Mas esse alguém que passa por ali está enganado, aquilo é muito mais que um simples bar, é a segunda casa (senão for a primeira) de muita gente. Gente sem pai, nem mãe, sem ocupações prestigiosas, sem uma família para sustentar, jovens estudantes, sonhadores, gente que assim como eu, ainda procura um sentido para viver.
Há quem não agüente, há quem ache que aquilo tudo não é certo, há também aqueles que tentam animar o ambiente, pedem para tocar algo diferente, um rock quem sabe, mas essas pessoas acabam sucumbindo à falta de emoção nos rostos daqueles que estão ali, desistem e deixam o cabaré com algo que vão carregar para o resto de suas medíocres vidas. A alma de uma pessoa verdadeira, que se deixa levar por uma simples nota de blues, um simples olhar ríspido de quem está ali naquele ambiente tão fechado, mas tão aberto a novas vidas pra engolir.Mas não tente mudar o ambiente, deixe que o ambiente mude você. O jazz, o blues, a bossa nova, músicas que são feitas por quem um dia já esteve sentado nas acolhedoras cadeiras e mesas desse cabaré que é a vida.