31 julho, 2008

1


Um dia que deveria não existir.
Outro dia que não queria ter vivido,
dias em que a vida se esvai.
O cheiro das flores, o ar pesado com sentimentos,
a fumaça do incenso toma conta do lugar;
Morte...

A árvore ao vento, a menina no meio da multidão. A árvore recebe as carícias, a menina tenta abstrair toda aquela dor. O vai-e-vem das folhas distrai a menina que durante uns segundos consegue sorrir, imaginar que agora eles estão lá, na imensidão do céu azul, cuidando de nós. O movimento das folhas foi com o último tchau dado por eles.

28 julho, 2008

Perda

Um pouco mais de um mês e a mesma 'rotina' se instaurou: visitas ao hospital, orações, correntes de orações, velório na seicho-no-ie, passar a noite em claro, missas e finalmente o enterro, o mesmo cemitério, o mesmo lugar. Dois irmãos que deixaram o mundo material, dois pais que deixaram filhas e esposas, dois tios que deixaram a família inteira em estado de choque. Uma tia na UTI, a mesma que sofreu com a perda do marido um mês atrás. Todos da família estão confusos, perdidos. Eu não sei o que pensar, como reagir a isso tudo. Meu corpo reflete o estado de espírito, febril, dor no corpo, estômago revirado, o que não verbalizo se manifestando silenciosamente... Confusão mental generalizada. Nunca fui muito religiosa/espiritualizada, mas agora peço a Deus que dê forças para que entendamos isso e um dia, quem sabe, consigamos superar.

22 julho, 2008

Sonhos (esse de quando a gente dorme mesmo)


Enquanto estou sonhando tudo parece tão real, mas ao mesmo tempo sei que é um sonho e tenho a sensação de que quando acordar vou lembrar de tudo e poder contar o quão maluco foi para o namorado. Mas não é assim, parece que no momento em que abro os olhos pela primeira vez, aquela imagem clara e nítida se transforma em algo embaçado e todo embaralhado.

Não sei ao certo o que sonho todas as noites, mas sei de uma coisa, ando acordando meio atordoada, sinto que são coisas agitadas, acordei tensa, segurando o cobertor apertado nas mãos e com o corpo contraído. Uma coisa que anda sendo recorrente é eu (tentar) bater em alguém. Acho que ando reprimindo muita raiva das coisas hahahaha e ah, o "tentar" bater ainda por cima é porque eu nunca tenho força o suficiente pra machucar as pessoas ou fazer algum estrago considerável por assim dizer.... Além de tudo sou frustrada porque nem em sonhos consigo bater em alguém hahaha.

Mas sonhos sempre me intrigaram, houve épocas em que eu tinha quase o mesmo sonho todas as noites e esses tempos comecei a sonhar coisas que sinto que já sonhei antes. Não sei se acredito em significado dos sonhos como dizem por aí, mas que eles querem dizer algo, ah isso querem...

07 julho, 2008

É, tô velha


É quando você percebe que a sua "priminha" está indo aos mesmos lugares que você já foi. É quando você olha as fotos das pessoas que estudaram no mesmo colégio que você, que eram beeeeem mais novos (ou nem tanto assim, mas quando se está no colegial a gente se acha). É quando as amigas começam a ter filhos (tá, meio cedo, mas mesmo assim). É quando você olha pra um grupinho de pessoas e pensa "que bando de pirralho, eu fazia isso quando tinha 15 anos de idade". É quando você se dá conta que a sua formatura de 3ªº já foi fazem dois anos. É quando você está em seu primeiro ano de faculdade junto com uma "molecada" recém saida do 3ªº. É quando a maioria de seus amigos já têm carteira e saem de carro. É quando não se migra mais de bar em bar, a pé, para ver se "cura" a bebedeira com a caminhada e chega em casa menos mal. É quando não se aguenta mais beber dois dias seguidos. É quando varar a noite passa a ser uma tarefa árdua e que exige um mega esforço. É quando se percebe que os "irmãozinhos" daqueles que estudaram com você estão entrando na faculdade. É quando você acha que é tão nova ainda, mas aí a irmã mais velha vem lembrar que eu não sou mais nenhuma adolescente. É quando você sabe que não é mais adolescente coisa nenhuma, mas que ainda faz as mesmas coisas estúpidas. Mas o melhor disso tudo é saber que realmente eu melhorei e não sou mais aquela adolescentezinha nerd com medo da vida. É, tô velha, mas melhorei em muitos aspectos. Parar pra pensar no que eu não fiz é que me deixa assim, com esses espírito.

05 julho, 2008

Tristeza de vestibular (de novo)

O sentimento de derrota ainda me persegue. Sim, estou onde deveria estar, curtindo o que estou fazendo. Mas, sempre tem um mas em minha vida, não estou completa, o passado volta à tona direto. Seja conversando com o namorado, com os amigos, explicando pras pessoas que não, não estou fazendo jornalismo na Uel e sim na Unopar. Que sim, fiz dois anos de cursinho mas não deu, tive que ir pra uma particular. Que não sei se tento tranferência, se tento vestibular de novo, se tento outro curso, se faço noturno, se tranco a matrícula, se abandono e volto depois. Naõ sei de muita coisa, na verdade. E não sei quando vou parar pra pensar nisso, me acostumei com os dois anos que estava fazendo cursinho que tinha um único objetivo e não pensava muito na possibilidade de nada der certo. Pois não deu e cá estou, cheia de dúvidas, cheia de expectativas e cheia de medos (de novo).











A data da inscrição do vestibular da Uel já foi divulgada, a lista de livros também, mas não tenho certeza do que quero e tenho medo de tomar qualquer decisão.

02 julho, 2008

HourGlass


Sentimento de tristeza, saudades de quem passou pela minha vida, vontade de voltar e abraçar a pessoa, dizer o quanto ela foi importante pra mim e o tanto que eu quero que ela ainda seja importante. Distância, tempo, afastamento, a vida. Elas foram, seguiram a vida delas, eu a minha, cada uma a seu tempo. Triste fim para uma amizade, olhar uma ao perfil da outra imaginando como está e sem coragem de chamá-la para sua lista de amizades, sem coragem de mandar um “oi”, mesmo que virtual.
Será que eu fiz parte da vida das pessoas como elas fizeram da minha? As lembranças dos lugares, dos fatos, estou eu inserida neles? O meu tormento, nunca saber a reciprocidade. Será que noto tantas pessoas sem que ao menos elas saibam da minha existência? Sim, é claro. Mas e amizades, experiências vivenciadas juntas, será que estão tão vivas nas memórias delas como na minha?
Sei bem de mim, ou nem tanto assim, mas ainda assim quero saber dos outros.